A produção de veículos na África do Sul chegou a um impasse esta semana depois de uma greve que começou na segunda-feira (19) pela União Nacional dos Metalúrgicos da África do Sul (NUMSA), afetando mais de 30 mil trabalhadores em montadoras do país. A BMW, General Motors, Mercedes-Benz, Nissan, Toyota e Volkswagen estão entre as que foram atingidas pela paralisação.

O sindicato está pedindo 14% de aumento salarial para todos, enquanto as montadoras que operam no país estão oferecendo um aumento de 6%, em linha com a inflação.

Os trabalhadores também estão exigindo um pagamento de 100% para dispensas temporárias que surgem como um produto de problemas de logística na cadeia de fornecimento. Atualmente, quando as interrupções de fornecimento ocorrem, os trabalhadores podem ser dispensados em caráter temporário sem remuneração, de acordo com a NUMSA.

Conversando com a fonte de notícias Sowetan, negociador-chefe da NUMSA, Alex Mashilo, disse que quando o assunto foi a dispensa a curto prazo ou temporária como consequência de problemas de fornecimento de componentes, os trabalhadores devem ser totalmente remunerados.

"Os trabalhadores estão cansados ​​de serem enviados para casa quando o sistema logístico se rompe e não receberem salários", ele disse ao Sowetan Live. "Esses trabalhadores não têm outro empregador, e por isso devem ser pagos enquanto estiverem em dispensas de curto prazo ou temporária".

Como previsto pela BMW na semana passada, a greve está agravando problemas para a montadora na sua fábrica de Rosslyn, que já tinha sofrido uma saída de 2.000 trabalhadores há duas semanas devido a uma disputa de subsídio de turno. Depois de já ter perdido mais de 1.600 unidades de produção, a montadora está agora considerando as perdas diárias adicionais em 345 unidades. http://www.automotivelogisticsmagazine.com/news/south-africa-strike-could-compound-problems-for-bmw

A Nissan, que também tem uma fábrica em Rosslyn, confirmou que a produção foi temporariamente interrompida como resultado da ação de greve convocada pela NUMSA.

"Como parte da Organização de Empregadores Fabricantes de Automóveis (AMEO), a Nissan está trabalhando duro com os outros membros para resolver a situação rapidamente e de forma amigável", disse em um comunicado. "Durante esse período vamos continuar a tomar todas as medidas disponíveis para minimizar o impacto da greve nos clientes, e buscar um retorno à operação normal o mais rapidamente possível".

Na fábrica da GM, que normalmente produz cerca de 250 veículos por dia, o comparecimento severamente restrito significou que a produção também foi cortada.

"Não fomos capazes de continuar com a produção normal ontem e hoje", disse um porta-voz à Automotive Logístics. "Tivemos uma taxa de frequência horária de 18% hoje e re-alocamos nossa mão de obra para apoiar outras áreas do nosso negócio".

Ecoando pronunciamentos feitos na semana passada pela BMW, a GM levantou a questão do dano potencial à reputação da região que a greve poderia ter.

"O desafio para indústria de montagem automotiva Sul africana, é se manter competitiva em relação a um número crescente de países de alto volume e baixo custo", disse ela. "A falta de estabilidade de trabalho é um grande entrave ao investimento e ao crescimento deste país".

A Volkswagen também confirmou que o que a maioria dos membros NUMSA concordaram com o apelo à greve, e que não haveria produção na fábrica da empresa em Uitenhage.

NUMSA havia convocado para uma ação semelhante em agosto de 2010, a qual envolveu 70 mil trabalhadores de componentes, reparação, concessionária e varejo de combustíveis, bem como os trabalhadores da Dunlop, Bridgestone e fabricantes de pneus Continetal.

Aquela greve atingiu as exportações de automóveis, as quais representam pelo menos a metade da produção automotiva na África do Sul, e é provável que haverá interrupções para fornecimento de saída, como consequência da ação desta semana. Os OEMs estão sendo confrontados com o cumprimento da carência de outros locais do mundo, embora nenhum detalhe tenha sido divulgado.