Geely tira máximo proveito do Mercosul
Fontes locais do Brasil estão divulgando que a montadora chinesa Geely está planejando exportar veículos à venda no Brasil e na Argentina a partir de sua instalação de empreendimento conjunto, a montadora uruguaia Nordex. A mudança permitiria que a Geely evitasse tarifas sobre veículos importados.  
 
O aumento do imposto da produção industrial no Brasil (IPI) para 30% foi introduzido em 2011, e alvejava todos os veículos com menos de 65% de conteúdo local, incluindo as importações de veículos e os veículos construídos a partir de peças importadas. Ele foi projetado para estimular a produção local, forçando montadoras estrangeiras a construir ou terceirizar componentes principais no Brasil.
 
Mesmo seu mais recente plano automotivo para estimular o crescimento e produção no país (leia mais aqui http://www.automotivelogisticsmagazine.com/Newsitem.aspx?aid=1538#story), que deve abrir o caminho para baixar os impostos em tanto veículos produzidos localmente como importados, exigiria que Geely investisse no Brasil, como seus rivais Chery e JAC estão fazendo. De acordo com relatos, a empresa planeja construir uma fábrica de US$311m lá, mas de acordo com o China Daily se absteve em avançar com os planos por causa de mudanças políticas na indústria automobilística brasileira.  
 
Enquanto isso, já existe uma unidade de produção com fontes locais no Uruguai, que cai dentro das isenções sobre o imposto estendido a parceiros comerciais do Mercosul (Argentina, Paraguai, Venezuela e Bolívia também são membros).
 
De acordo com relatos, a Geely está abrindo 20 concessionárias novas no sudeste do Brasil em agosto deste ano, as quais fornecerão veículos LC e EC7 de sua fábrica em Montevidéu, no norte do Uruguai, que fabrica os veículos a partir de kits de montagem completos importados (CKD) da China.
 
A Geely assinou um acordo para a produção com a montadora uruguaia Nordex no ano passado, e produção na fábrica nova de US$40m começou em setembro de 2012.
 
A capacidade total da fábrica destina-se a 20.000 unidades por ano, segundo a divisão uruguaia da Geely.
 
No primeiro ano de operação, 40% de componentes para a produção são provenientes do Uruguai, mas a empresa disse que tem planos para aumentar este número. Outros componentes estão sendo enviados da Argentina e do Brasil, bem como da China.
 
Vendas de carros brasileiros caíram no ano passado após crescimento econômico mais lento e, apesar de uma redução no IPI, utilizada no início do ano para estimulá-los, as vendas caíram novamente após os incentivos terem sido retirados.