O governo brasileiro, lançou um novo plano automotivo para estimular o crescimento e produção no país, o que deve abrir o caminho para diminuição dos impostos, tanto para veículos produzidos localmente como importados. Desde que o plano havia sido anunciado no início deste mês, as montadoras estrangeiras, incluindo JAC e Chery na China, estão entre os OEMs que, segundo a crença, se beneficiarão das novas medidas, embora haja dúvidas sobre o quão eficaz serão em atrair investimento automotivo novo.

O novo programa foi projetado para regular o programa de incentivo do Brasil para a inovação técnica e expansão de produção. O programa, que decorrerá até ao final de Dezembro de 2017, beneficiará as montadoras nacionais, distribuidores e as empresas que investem no setor de veículos nacionais, e incluem certos créditos fiscais e redução de impostos do Brasil para produto industrializado, ou IPI, sujeito a especificações. Os benefícios seriam aplicados aos importadores qualificados também.  As vendas dos carros brasileiros caíram este ano, após um crescimento econômico mais lento. A redução do IPI foi usada no início deste ano para estimular as vendas de carros brasileiros, embora as vendas tenham caído novamente em setembro, quando os incentivos foram retirados.
De acordo com o especialista fiscal da Ernst & Young, para se qualificar para os benefícios fiscais, as empresas são obrigadas a cumprir várias exigências relacionadas ao processo de produção, tais como melhoria na eficiência dos veículos (como menor consumo de combustível em pelo menos 12.08%), produzindo um percentual mínimo dos processos de fabricação do veículo no Brasil, e fazendo investimentos em P&D, engenharia e fornecedores locais.

Em conferência de imprensa realizada no início deste mês, o ministro do comércio e Indústria do Brasil, Fernando Pimentel, disse que o governo oferecerá incentivos fiscais para empresas que investirem em ciência, tecnologia e eficiência de combustível. Além disso, os incentivos não são apenas para as empresas que fabricam no Brasil; importadores de automóveis também podem, se beneficiar se cumprirem as regras, disse ele.

Mas há dúvidas sobre como o programa será aplicado, e se faria sentido para as montadoras globais que investem no Brasil. Os requisitos de pesquisa e desenvolvimento local para uma montadora como a Volkwagen, por exemplo, podem não ser interessantes para esta, considerando o investimento em outras partes do mundo, de acordo com uma fonte de um fornecedor de logística automotiva brasileiro. O prazo de cinco anos dos benefícios também podem não ser o suficiente para incentivar investimentos mais locais no Brasil.  

Entretanto, já que o novo plano foi anunciado, a JAC anunciou que retomará o seu projeto de instalação de uma fábrica de montagem em Camaçari, na Bahia. A montadora chinesa Chery, que investiu em uma unidade em Jacareí, São Paulo, também se encontra em uma posição favorável em relação ao novo programa, de acordo com o analista de mercado, Datamonitor.  O impacto dos incentivos deve ser sentido em toda a linha de produção da indústria automobilística no Brasil, disse Pimentel durante a conferência de imprensa.

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