Brasil investirá $66 bilhões em infra-estrutura de transportes

O governo do Brasil anunciou um pacote de estímulo no valor de R133 bilhões ($66 bilhões), projetado para melhorar sua infra-estrutura de transportes e recuperar o crescimento econômico, o qual diminuiu em menos de 2% no ano passado com relação ao nível de 7.5% há dois anos.

Até $20 bilhões serão utilizados para construir 7,500 km de estrada, e $45 bilhões serão utilizados para construir 10,000 km de via férrea. A Presidenta do Brasil, Dilma Rousseff, disse que as melhorias abririam o caminho para que taxas de crescimento anuais fossem retomadas em cerca de 5%.

Os problemas causados ​​pelo envelhecimento da infra-estrutura do Brasil são bem conhecidos, não menos no setor automotivo, com investimento em infra-estrutura de menos de 1% do PIB no ano passado. A burocracia tem desempenhado em grande parte um papel de responsabilidade por um subdesenvolvimento que fez com que o Brasil ficasse para trás da China, a qual, por sua vez, investiu extensivamente em infra-estrutura. O Brasil também está sobrecarregado por altas taxas, que se igualam a 36% do PIB.

Várias montadoras têm adiado novos investimentos por causa de vendas lentas no país durante o primeiro semestre, e estiveram esperando para ver que tipo de incentivos para o crescimento a administração Rousseff apresentaria. Dito isto, a Renault continua com a expansão de sua fábrica de $19.5m em Curitiba para elevar a capacidade anual em 25%, para 500,000 unidades. O trabalho está previsto para ser concluído no próximo ano.

A Toyota é outro fabricante que está expandindo a sua presença, e que recentemente inaugurou sua terceira fábrica em Sorocaba neste mês para a produção de Etios. A fábrica de $600 milhões, terá capacidade inicial de produção de 70 mil veículos. A Toyota pretende dobrar vendas no próximo ano para 200,000 veículos.

Após conversações entre Rouseff e o presidente da Toyota, Akio Toyoda este mês, a montadora também anunciou planos para uma fábrica de motores de $495m em Porto Feliz, que será concluída até 2015.

O governo espera agora acelerar o tipo de desenvolvimento visto na China, e resolver problemas com estrangulamentos em toda a sua infra-estrutura de transporte para apoiar as metas de produção de montadoras como a Renault, e a Toyota. Falando a jornalistas na semana passada em um evento em Brasília, Dilma disse que as medidas que estão sendo tomadas dariam ao Brasil uma infra-estrutura compatível com o seu tamanho.

O mais recente projeto será composto por tanto investimentos estatais como privados. As estradas serão construídas por empresas privadas que serão aplicadas aos contratos para impor cobrança de portagens na estrada e cobrir os custos. O governo brasileiro também fornecerá empréstimos do banco de desenvolvimento do estado, tanto rodoviários como ferroviários, e criará uma empresa estatal que gerenciará a compra e planejamento. O BNDES, Banco de Desenvolvimento do Brasil, fornecerá empréstimos subsidiados para os projetos.

Anúncios sobre os planos para o desenvolvimento portuários são esperados em breve, enquanto investimentos continuam a ser feitos no setor aéreo.

Comércio, infra-estrutura e investimento farão parte dos debates da conferȇncia Sul Americana do Automotive Logistics, que será realizada em São Paulo, nos dias 4 e 5 de setembro.